quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Almanaque Primavera em Sampa - Edição de Natal 2011- Nº 08


Espírito Natalino





Queridos leitores!

Tivemos a ideia, Marchi e eu, de montar um presépio ecológico. Uma amiga muito querida, Heloisa Callegaro, se interessou pelo projeto e ofereceu sua casa para deixá-lo exposto para visitação.Fizemos um passeio ao Parque do Ibirapuera, que fica aqui no bairro e ali, em meio à natureza coletamos parte do material que seria empregado. Recolhemos cascas e folhas de eucalipto de cores variadas, palha de bambu-gigante, gravetos e pedaços de troncos secos. Construímos o berço do menino Jesus com palha de coqueiro. Maria, José e o menino foram feitos com as delicadas e macias folhas de bambu, amarradas. A barba de José foi confecionada com corda de fibra desfiada que encontramos em casa. A estrutura foi montada por meio de encaixes com papelão ondulado, na verdade, uma embalagem de televisão. Vestimos a Sagrada Família com papel crepom colorido que foi o único material comprado.
Que alegria e realização ver o presépio montado! Nossa amiga Heloisa, chamou amigos e vizinhos para conhecê-lo. De forma espontânea, algumas pessoas, animadas com o espírito natalino, fizeram depoimentos emocionantes a respeito de experiências vividas em outros natais. Maria de Lourdes lembrou-se das festivas reuniões da sua infância em Portugal. Ibrahim contou que aos doze anos de idade, viajando de navio do Líbano para o Brasil, foi escolhido entre muitos passageiros para o papel de José no presépio vivo que o capitão montara, no intuito de festejar o Natal no mar. Passageiros, de diferentes partes do mundo, naquele momento se confraternizaram como verdadeiros irmãos. Estava no ar o ESPÍRITO NATALINO!

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II
Destaque do mês
- Escritor Nelson Albissú -

No mês de dezembro, com grande alegria, destacamos a presença do querido amigo, o escritor Nelson Albissú.
Parabéns, Nelson pelas suas conquistas e votos de um 2012 pleno de projetos concretizados




           Nasci na madrugada fria e paulistana de 31 de agosto de 1948.
Quando menino queria ser marinheiro. Não deu certo, mas confesso que a magia do mar ainda me encanta. Com isso, vivo lançando âncoras em portos seguros ou onde encontro poesia.

Tímido, aos nove anos de idade, pensei que o mundo viria abaixo quando minha professora me mandou levantar para assumir autoria da redação que ela elogiava. Foi nesse tempo que aprendi amar os livros.

Sou graduado em Administração de Empresas e também em Direito, mas do advogado tenho apenas o diploma no canudo e a carteira da OAB num canto da gaveta. Minha formação mais mágica é de mestre em Artes Cênicas, na Universidade de São Paulo.

Depois de 25 anos de trabalho na indústria, comecei a contar histórias de pessoas, bichos, fadas, objetos e cidades.

Hoje, sou escritor, dramaturgo, roteirista de filmes e TV, professor universitário de Teatro, cronista e diretor de cultura da Secretária de Cultura de Mogi das Cruzes.

Em várias editoras, tenho publicado 48 livros. Escrevi algumas peças de teatro que foram encenadas por mim e por outros diretores. Ganhei alguns prêmios, títulos e tradução para o espanhol.

Sou um homem urbano, cada vez mais amante das artes. Amo as cidades com suas belezas, facilidades, complexidades e contradições. Mas a vida no campo tem me encantado cada vez mais.  


2011 FAZ PARTE DOS BONS ANOS DA MINHA VIDA.

A Cortez Editora lançou o meu romance juvenil SEMENTE ANTIBULLYING e com ele completei a marca de 48 livros publicados em várias editoras. CHARALINA, livro infantil de minha autoria, publicado pela Paulinas Editora, teve sua 20ª edição. Tenho cinco livros escritos no prelo de algumas editoras, para publicação no primeiro semestre de 2012.


Como dramaturgo, escrevi o texto teatral BUMBÕES CIRCUS que reúne circo, teatro, dança e música. Este texto teve sua montagem contemplada para a comemoração dos 30 anos do TUMC. 

Criei e dirigi o espetáculo teatral DRUMMOND COM TANGO, montagem da Cia Mágicos Intérpretes.

Agora em dezembro, estou dirigindo a montagem do meu texto cênico-musical AUTO DE NATAL, com um elenco grandioso composto por atores, coro adulto, coral infantil e a Orquestra Sinfônica Jovem de Mogi das Cruzes, totalizando 212 integrantes.


Neste ano, em parceria, compus dois sambas-enredos para o Carnaval Mogiano, que serão levados, em 2012, para avenida pelas escolas Mocidade do Tietê e Escola de Samba da Vila Natal. Também é da minha autoria e parceiros musicais a marcha carnavalesca Nois na Fita, para abrir o desfile dos blocos carnavalesco da Cidade.


Atualmente, sou diretor de cultura da Secretaria de Cultura de Mogi das Cruzes e, o mais importante: estou Feliz da Vida.


SINOPSE DO MEU LIVRO SEMENTE ANTIBULLYING



No famoso colégio Supremo, um novo aluno provoca animação nas meninas e intolerância nos meninos. Aplicado nos estudos, ele se sobressai e o que deveria ser apenas uma diferença de pessoas se torna um problema enorme, com a perversidade que começa na troca de mensagens por computador até chegar à violência. É possível que jovens de alto poder aquisitivo não respeitem as diferenças sociais?
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 III
Trovadores.com



Palavra do mês de dezembro: NATAL


É Natal! Luz e magia.
A Paz, idealizada
- Realidade ou fantasia -
É meta a ser alcançada.
Regina Sormani






Ao longe repica o sino;
lembramos  – já é Natal  –
vem ao mundo o ser divino:
Que vença a paz, afinal!
Nilza Azzi






Vinte e cinco de dezembro,
O relógio deu sinal,
Pois nasceu Menino Deus
Foi na noite de Natal. 
Marco Haurélio






Na tal, noite de Natal
Deu-se um efeito profundo
Já que esse  evento foi tal
Que mudou de vez o mundo.
Maria Luiza




Com a vinda do Natal,
O mundo é pura luz! 
A alegria é total.
Viva o menino Jesus!l
Nilza Sormani






Se a cada ano renasço,
se há sempre um novo Natal...
Risco a palavra cansaço,
recuso o ponto final. 
Angela Leite


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IV - crônica


A ILHA DO MAL

Simone Pedersen


Todos nós, com o passar dos anos, conhecemos mais e mais indivíduos. Quando bebês, imaginamos que os pouquíssimos seres humanos com os quais temos contatos sejam uma amostra de toda a humanidade. Depois crescemos e descobrimos que mesmo crianças podem ser cruéis, muito cruéis. Só aprendemos quando temos condições de comparar. Não saberíamos o quanto a luz é importante se não houvesse a escuridão. Mesmo assim, adultos chegam à terceira idade sem aprender o quanto é importante ser positivo. A comparação com os defeitos de outras pessoas só serve para nos escurecer. Quem foca no lado bom da vida não tem tempo para falar dos outros ou criticá-los. Pois, para criticar o próximo, deveríamos ser isentos de erros.

Conheço pessoas que têm o poder de destruir a harmonia com duas ou três palavras. Estão sempre reclamando, sempre acentuando o lado imperfeito dos outros, inclusive dos próprios familiares. Não existe compaixão para elas. São os Imperadores de Roma decidindo quem merece viver ou quem terá a mão decepada. A língua dessas pessoas é um chicote que corta a carne de quem os ouve. Usada constantemente, não poupa nem crianças e idosos. Do alto do trono, ditam sentenças de ridículo, retardamento, ignorância, entre tantos outros adjetivos do mal. Acreditam-se superiores, incapazes de cometer erros. No fundo, são dignos de dó. Incapazes de lidar com a dor e indignação, necessitam exteriorizar a podridão que existe dentro delas, na busca de momentâneo alívio. Não sabem que palavras são como fermento – as boas aumentam o bem-estar; as más fermentam o sofrimento e a distância.

 Quando você for verbalizar uma crítica, conte até dez. Ou conte até um milhão se precisar. Pondere a utilidade de suas palavras. Se o único resultado for tristeza e decepção, não seja egoísta. Extravase a sua escuridão de uma forma positiva, usando essa energia para melhorar a si próprio primeiro. Porque, se você é capaz de usar palavras preconceituosas ou pejorativas, quem precisa melhorar é você. Seja corajoso. Reflita sobre o impacto que você tem nas pessoas ao seu redor. Troque as ironias por um bom-dia. Cale-se quando suas palavras malignas não tiverem utilidade alguma, a não ser machucar e criar uma atmosfera de tristeza e dor. Principalmente quando falar com seus filhos, com idosos ou subalternos. Crianças precisam de incentivo, amor e carinho para desenvolver força e retidão. Filhos que são constantemente criticados e diminuídos pelos próprios pais sofrem de baixa autoestima e julgam-se incapazes de ser dignos de respeito. Lembre-se que os pequenos cometem erros como todos nós. Precisam de orientação para aprender a não errar novamente. Xingamentos e ofensas servem apenas para criar animosidade, revolta e dor. Não seja egoísta. Guarde o fel e ofereça o mel. Os orientais acreditam que os exercícios têm o poder de transformar as pessoas. Rotina e disciplina. Se você domar seus instintos primitivos e cultivar o lado mais evoluído, sua companhia será muito mais agradável e as pessoas terão prazer em estar ao seu lado, em vez de sentirem-se torturadas por dilacerantes palavras. Para mudar, tudo o que precisamos é admitir que estamos errados. Se vivermos na ilusão de estarmos sempre certos, o “mundo errado” pode nos tornar pessoas intragáveis. O maior prejudicado em ser assim é você. Não apenas por afastar os que poderiam lhe oferecer amor, mas por se afundar cada vez mais nesse mar de dolorosas ondas.
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V

Histórias da minha mãe




Minha mãe se chamava Marina e com ela aprendi a gostar de ouvir e de contar histórias. Antes do sol nascer, ela se levantava para acender nosso fogão de lenha e preparar o café da manhã para a família. Lá do meu quarto, assim que ouvia o barulho das panelas, eu pulava da cama e corria para a cozinha e me sentava à beira do fogão. Daí, ela abanava as cinzas para a lenha arder mais depressa, as chamas aumentarem de força e tamanho e, assim, ferver a água. Enquanto a água fervia na grande chaleira de ferro, era chegado meu momento favorito: a hora de ouvir histórias.
Lembro-me de uma, em particular que ela contou várias vezes a meu pedido.
Meus avós maternos imigrantes italianos adquiriram, chegando ao Brasil uma propriedade rural na cidade de Agudos, interior do estado de São Paulo. Nesse local, que veio a ser chamado Colônia Italiana, construíram suas moradias, cultivaram o solo e iniciaram a criação de animais, para ordenha, que ficavam soltos nos pastos.
Meu avô, Fortunato Andreotti, cuidava da propriedade auxiliado pelos filhos mais velhos, como era o costume. Certa tarde, chovia muito e ele voltou pra casa exausto da lida que começava às cinco da madrugada. Minha avó, Marieta, fazia os preparativos para o jantar, ajudada pelas filhas mais velhas, como era o costume. Ali, da porta da entrada, ouviam-se os gritos do filho caçula, o pequeno Hélio.
Meu avô perguntou então:
— O que tem o bambino?
Minha avó respondeu:
— Está chorando há horas, ele quer sair para brincar lá fora, mas chove sem parar...
Fortunato Andreotti era um homem bom que amava sua família e tinha um xodó pelo caçulinha Hélio. Aproximou-se do pequeno chorão e, enxugando as lágrimas que escorriam pelo rosto do menino conversou com ele. Hélio acabou desabafando:
— Pai, eu quero ir ver as vaquinhas no pasto!
E lá foi o Hélio, no colo do paizão, debaixo de um forte aguaceiro, passear no pasto para ver as vaquinhas. Para protegê-los, apenas um velho guarda-chuvas.
É, mas a história não terminou ali, debaixo da chuva. 
Minha mãe que estava lá, viu e viveu tudo isso, contou que o irmão caçula gostou tanto do passeio que não deu mais folga. Durante muito tempo, mesmo nas tardes de tempo firme, lá ia o pai dela, meu avô Fortunato, com o Hélio no colo, ver as vaquinhas no pasto...com o guarda-chuvas aberto.

Um beijo  a todos,

Regina Sormani
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VI - Arte

Fogão de lenha

Tela a óleo 50x60

Este quadro foi pintado em 1976, quando visitei minha sogra, a senhora Marina Sormani e me encantei com o fogão de lenha. O ambiente  era aconchegante e lá foram contadas muitas histórias interessantes, saboreando delícias da cozinha italiana.

Um abraço,
Gilberto Marchi


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VII

PECEZINHO

Arte: Gilberto Marchi
Argumento: Regina Sormani
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VIII

Ilustração



Arte: Gilberto Marchi
Técnica : Aquarela
Cliente: Interlitho ( Cologne)
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IX


Árvore de Natal do IBIRAPUERA




Com 58 metros de altura e 174 enfeites, as luzes da árvore de Natal do Ibirapuera foram acesas às 20h30 deste domingo, 04 de dezembro. A árvore, que fica na praça Escoteiro Aldo Chioratto com a avenida Pedro Álvares Cabral, em frente ao parque, zona sul de São Paulo, atraiu uma verdadeira multidão de pessoas que vieram prestigiar o evento.






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X


Vitrine virtual


Ilustrabrasil  8


Tradicional exposição realizada pela SIB - Sociedade dos Ilustradores do Brasil.Neste ano, a exposição foi inaugurada  no Espaço Matilha Cultural, rua Rego Freitas 542, dia 06 de dezembro de 2011 e irá se estender até 12 de fevereiro de 2012. 
No 2º andar também há outra exposição, na qual os ilustradores da SIB cederam graciosamente seus trabalhos, numa defesa em prol das aves brasileiras, cujo tema é "PASSARINHO NA GAIOLA NÃO CANTA, LAMENTA".

Gilberto Marchi, Cecília Esteves e Angelo Shuman
Claudson Rocha, GilbertoMarchi e Rogério Soud


Gilberto Marchi.- ilustração cujo tema é : "Cerveja amarrada com barbante". 

Um aspecto da exposição em defesa das aves aprisionadas.
Daniel Bueno e Alê Abreu
Carlos Catani e Claudson Rocha



terça-feira, 15 de novembro de 2011

Mês de Novembro - Ainda é Primavera! Nº 07



Queridos leitores!


Nosso Almanaque continua florido e recheado de cores e alegria. Neste número, o grupo Trovadores.com ganhou um logo especial, criado pelo ilustrador paulistano Gilberto Marchi. No mês de novembro, duas datas têm sido muito comentadas: 15 de novembro, Proclamação da República e 11 de novembro de 2011. (11/11/2011) Esta última, provocou discussões, no mínimo curiosas. Andaram  falando por aí que o mundo ia acabar!! Para iniciar a edição de novembro com bom humor, decidimos inserir o vídeo Nostradamus , de autoria do irreverente Eduardo Dusek. Boa leitura e boa diversão.

Um abraço,
Regina Sormani 


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I


Uma nova trovadora juntou-se ao grupo. Nilza Sormani é pedagoga, diretora aposentada e mora na cidade de Piratininga, no interior do estado


Pra viver com HARMONIA,
mas, também com emoção...
É fazer com alegria,
o que pede o coração!

Nilza Sormani




O Amor que vem lá do fundo
Faz a Harmonia presente.
Deve se espalhar no mundo
Deixando de ser ausente.

Maria Luiza Campos




Encontro de trovadores,
Recheado de alegria.
Nossas palavras são flores,
Sementes de harmonia



Antonio Nunes



Era tudo o que eu queria,
Ver no mundo enfim, a paz.
Os homens em harmonia,
- Fosse o amor eficaz!

Nilza Azzi


Viver não é fácil não...
Inda mais com harmonia
Por isso o meu coração
Busca forças na poesia.



Regina Sormani


Minha casa tem um bem,
A intensa alegria:
Aventura de quem tem
Uma  plena harmonia.



Marciano Vasques


O peixe sabe o segredo
de uma vida em harmonia:
é integrar-se sem medo
à fluidez da água fria...

Angela Leite

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II

As noites desestreladas



Simone Pedersen


Quem nunca observou um filtro? Dos antigos, de barro que deixavam a água com um sabor inesquecível, diferente dos modernos e tecnológicos filtros acoplados diretamente à passagem da água. Alguns filtros são transparentes, para o nosso deleite. Podemos observar as impurezas contidas nas pedras ou areia e a água cristalina trazendo saúde e bem-estar. O ser humano tem um corpo fantástico que funciona de formas ainda não totalmente explicadas.
Conhecemos apenas o que a experiência nos ensinou e a ciência comprovou: para evitarmos doenças temos que evitar a ingestão de substâncias tóxicas. Higiene, boa alimentação e exercícios são fundamentais. O mesmo serve para nossa saúde mental: para evitarmos doenças temos que, em primeiro lugar, evitar a ingestão de pensamentos sujos ou tóxicos. Temos que desenvolver um filtro natural. Vivemos em um mundo injusto e maldade contamina. A indignação só tem serventia se for usada para gerar atitudes concretas e transformadoras, como vimos no Egito, recentemente. Reclamar aos quatro ventos não muda a previsão do tempo. Ou você procura a pessoa diretamente e sugere uma transformação, ou melhor, não reclame e use esse tempo – e energia – em algo construtivo e do bem.
Não é fácil. Muitas pessoas não são capazes de ouvir críticas, vivem em uma bolha e acreditam ser a própria perfeição, superiores aos outros e em posição de criticar toda a humanidade. Como os músculos atrofiam se não forem exercitados, a boa vontade atrofia se não for usada enquanto fortalecemos a maledicência. Vivemos tempos em que as pessoas voam, elevadas por egos inflados ou caem em depressão quando a realidade se apresenta, provando que suas asas não são tão especiais assim. Outras aprenderam a usar o fogo da boca como dragões medievais: queimam toda a alegria de quem está próximo. Triste de dar dó.
A mídia nos mostra crueldades piores que as da pré-história, quando se matava para sobreviver e não por prazer. Esse é o papel da imprensa, mostrar a realidade e lutar pela justiça, denunciar os criminosos, apurar os fatos. Os filtros pessoais têm a finalidade de nos poupar, o quanto for possível, desse imenso desgaste cotidiano, que mina nossa energia e afeta nosso equilíbrio e energia. Ele nos afasta das pessoas que só trazem tempestades em nossas vidas. Cabe a cada um de nós a escolha: ser a água suja, a areia que tudo suga ou a água límpida.
O pensamento é a água. Somos seres líquidos, fluídos e leves por natureza. As impurezas retidas nos tornam pessoas pesadas de rancor que se arrastam por imundícies, borrifando lama em todos que se aproximam. Não permita que seus pensamentos sombrios o dominem e o transformem em fonte de água escura que contamina quem dela bebe. Faça uma faxina mental e espiritual, deixe a inveja, o ódio, o egocentrismo e a competição de lado. Dome o ego como se encanta um animal selvagem, aos poucos, com muita paciência e amor. Um pensamento doentio é forte o suficiente para domar a mente, se você não for mais forte que ele.
Quantas vidas serão mais saudáveis por causa do seu filtro? Na hora da injustiça, se puder agir concretamente,  é bom fazê-lo.  Ações são importantes e ninguém deve ser omisso. Mas, não perca o seu dia nem a sua vida reclamando dos outros, conhecidos ou pessoas públicas, focando somente no que há de errado no mundo. Gosto dos japoneses, eles trabalham muito e falam pouco.
Quanto tempo se perde em um dia falando mal da vizinha, do primo, do político, do jogador de futebol, da comida salgada, da sujeira que o vento trouxe? Nós todos temos uma sombra dentro de nós, faminta e desesperada. Ela se fortifica de palavras malignas, que percorrem todo o corpo, escurecem a mente, o coração e os olhos, tornando dias em noites eternas e desestreladas. Quando soltas, são aves selvagens, costumo dizer, e não regressam nunca mais. Saem desenfreadas, machucando por onde passam, ferindo e deixando cicatrizes com suas afiadas e sujas garras.
Alimente as palavras-aves com muito cuidado, para que elas não fujam da sua boca. A palavra mal dita (maldita?) pode ser perdoada, mas nunca será esquecida. Destrói relações, consome simpatias, afasta as pessoas e prolifera descontroladamente, fazendo assim, mais mal para quem as gerou do que para quem passou perto e feriu-se com elas. As pessoas gostam de um pouco de discussão para sair da rotina, mas quem consegue ficar o dia todo ouvindo alguém reclamar?
Você conhece alguém assim?


Simone Pedersen é escritora associada da regional paulista da AEILIJ

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III
Poesia Infantil


A poesia de hoje, "As artes do vovô" faz parte do livro Rebenta Pipoca, da escritora Regina Sormani, editado pela Pioneira, cujos direitos voltaram para a autora. É uma homenagem a todos os vovôs e vovós. Ilustrações em ecoline de Gilberto Marchi.

AS ARTES DO VOVÔ


O vovô é bem velhinho,
Às vezes, fala sozinho.
Esse vovô é de morte,
Diz que pratica um esporte:
Ficar de papo pro ar
E dormir até roncar.
Tem hora que a coisa complica
Quando o vovozinho implica:
— Quem roubou minha dentadura?
— Quero comer rapadura!


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IV

Em defesa das árvores.




Hoje despertamos com o som insuportável das motosserras, misturando-se aos gritos dos funcionários de uma firma terceirizada pela prefeitura. Missão: derrubar uma bela árvore, que lá estava desde que nos mudamos para cá, há mais de vinte anos. Sabe-se que algumas tribos indígenas, antes de sacrificar uma árvore, fazem um ritual, desculpando-se, para que os espíritos que nela habitam, tenham tempo de procurar outra moradia. Depois, dizem que eles é que são os selvagens! E aqui estou eu,inconformada, ouvindo os gritos dessas pessoas ao cortar a árvore, o barulho do trânsito que ficou caótico, pois os galhos da árvores se espalharam pela rua. Todos querem passar, ir para algum lugar, não importa como...
O pior agora, é olhar para o vazio que ficou no lugar da árvore. Muitos justificam as podas drásticas das árvores como necessárias, visando a segurança dos carros que ficam estacionados embaixo delas. Eu digo que árvores são seres vivos e que durante toda sua vida necessitam de cuidados e manutenção. Se estão doentes, o único remédio é cortá-las cruelmente? Não posso e não quero concordar com isso. Nosso quintal, em Agudos, interior do estado, tinha várias mangueiras e um belo e alto coqueiro que, nas noites de lua cheia servia de inspiração aos casais apaixonados.
Velhas e queridas árvores! Obrigada por espalhar sombra, frutos e beleza durante toda sua existência.


Regina Sormani
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V


Destaque do mês- Sonia Salerno Forjaz





 Natural de São Paulo, capital, socióloga e escritora, formada pela FFLCH/USP, licenciada pela FE/USP, Especialista em Português, Língua e Literatura pela UMESP. Participou da criação e produção de inúmeras revistas e tem vários livros publicados por grandes editoras. É palestrante, redatora, coordenadora de revistas e sites infanto-juvenis e editora responsável pelo selo DeLeitura, da Ed. Aquariana. Alguém que sempre gostou de estudar, pesquisar, para entender segredos (o que vai por trás das aparências), e por conta disso fez Sociologia. Tendo imaginação fértil, juntou o que viu, pensou, acreditou e começou a escrever histórias. Um pé na realidade outro na ficção. Porções de realidade, muito de imaginação. Trabalho sério que é também diversão.

 site: www.soniasalernoforjaz.com.br
Sonia é associada da AEILIJ regional SP



Espelhos Partidos 
um conto sem fadas- juvenil



Editora Aquariana / DeLeitura /160 págs – formato: 14 x 21
Capa e projeto gráfico: Thais Salerno Forjaz

Tema: A busca do autoconhecimento pela via do amor

Sinopse: - Com quinze anos, Flávia se apaixona por um homem de trinta. O romance acirra um conflito familiar: o pai separou-se da mãe para casar com uma mulher mais jovem. Numa identificação em espelho, Flávia quer que Júlio deixe a esposa para viver com ela, a “outra”. Júlio se afasta. O espelho está partido, Flávia não se enxerga mais nele.

Diferencial: O uso da estrutura narrativa dos contos de fada num relato contemporâneo cria um paralelismo com arquétipos atemporais e revelam nossa psique.

Trecho:

Parte I – Capítulo 11


Quase uma tortura chinesa. Logo depois do almoço, minha mãe entrou no meu quarto, trancou a porta e tirou do bolso aquele maldito papel amarelo, todo amassado, minha confissão involuntária.
–  Eu vou começar do começo e voltar àquela minha pergunta, Flávia. Será que agora eu posso saber o que significa isso? – disse.
– Isso o quê, mãe? Eu já não falei? – insisti, sentindo uma fisgada no estômago.
– Quem é Julinho e o que significa isso – ela frisou, agora lendo o papel: - “Serei sua, já sou sua... ”.
– Dá para responder?
Minha voz falseou, tremeu, me traiu:
– Não gosto que mexam nas minhas coisas, mãe.
– Não mexi nas suas coisas, isso estava na escrivaninha e me chamou atenção.
– Se eu disser que estou escrevendo uma história de amor, você acredita?
– Você está?
– (...)
– Quem é esse Julinho de quem você não suporta mais viver longe, Flávia?
– Mãe, acredite, é bobagem. Eu só estava escrevendo umas coisas...
– Eu quero a verdade, Flávia: O QUE SIGNIFICA ISSO? – desta vez seu tom de voz foi alto, firme e forte.
Sentei na cama, abaixei a cabeça e fui contando tudo, quase tudo, bem devagar:
– Lembra que um dia você me achou estranha e perguntou se eu estava apaixonada? Então, mãe, eu estou. Estou tão apaixonada que não sei mais o que faço. Ele é um cara legal, mãe, é muito legal, só que ...
– ... é casado.
– Não, só que ele é mais velho e...
– ... é casado.
– Não, quer dizer, acho que não... claro que não...
– Como, acha, Flávia? Ou é ou não é. E algo me diz que esse tal de Julinho é. Sua irmã falou que ele é bem mais velho que você.
– É mais velho, mas é o cara mais legal que eu já conheci...
– Então é por isso que você desaparece e tem tantos programas diferentes da sua irmã. Agora estou entendendo. Você está sempre com este sujeito!
– Mãe. Não é este sujeito. É o Julinho. A gente está namorando... firme...
– Desde quando sair escondido é namorar firme? Você não tem vergonha na cara, Flávia? Nem sabe se o homem é casado!
– Ele não é, mãe! Que coisa!
Minha mãe se agitou pelo quarto e, depois de me olhar com um ar muito sério, declarou:
– Problemas, só problemas! Primeiro seu pai me abandona, agora você se envolve com um homem mais velho... O que mais falta acontecer? Ainda bem que a Lígia está nos trilhos.
– A Lígia nunca vai sair dos trilhos, mãe. Por isso mesmo namora aquele trem.
– O que você tem contra o Rubens, Flávia? É um rapaz correto, de boa família...
– Ele é tudo o que eu desaprovo e que você sonha para as suas filhas.
– Você prefere homens casados – mamãe falou, irônica.


LIVROS PUBLICADOS

Poesia: Antologias: Ensaio IV e V – Grupo Poeco Só Poesia – 1980 e 1981; A Nova Poesia Brasileira Vol I e VI – 1983; " Apenas Uma Trégua" (co-autoria) – Scortecci – 1983
Infantis: “Que Bicho é Esse?” – Paulinas – 1992; "Incríveis Amigos" – Paulinas – 1992; "Ponto de Vista"
– Moderna – 1993; "Acampando com Papai" – Paulinas – 1993; "Meu Dentinho, Seu Dentão" – Paulinas
– 1994; "Barulhinhos do Silêncio" – Moderna 1989/renov. 2002; “Um Caso para Mister X” – Moderna -
1997/renov. 2004; “O Rei do Vou Fazer” – Aquariana/DeLeitura – renov. 2007; “O Anel Mágico” (reconto indiano) Aquariana/DeLeitura – 2009; “A Princesa Sapo” (reconto russo) – Aquariana/DeLeitura – 2009;
“A Magia do Amor” (reconto chinês) – Aquariana/DeLeitura – 2009; “Búkolla, a Vaca Encantada” (reconto viking) – Aquariana?DeLeitura – 2009; “O Ser / O Ter” – Aquariana/DeLeitura – 2009/10.
Juvenis: “ Meu Destino Sou Eu” – FTD – 1996; “Preciso de Você” – poesias – Lê – 1996; “Na Rota dos Sentidos” – Aquariana/DeLeitura – 1997; “No Palco da Vida” – Aquariana/DeLeitura – 1997; “Profissão
Dona de Mim” .FTD – 1999; “Se esta história fosse minha” – Aquariana/DeLeitura – 2000/renov.2011;
" Um Gosto de Quero-Mais" FTD – 1994/renov. 2001; “Acorda que a Corda é Bamba”- Aquariana/
DeLeitura – 1998/renov. 2005; “Tempos de Viver” – Aquariana/DeLeitura – 1999/renov. 2006; “Eu, Cidadão do Mundo” – Aquariana/DeLeitura – 1997/renov. 2007; “ Papai Não é Perfeito " - FTD -1994/
renov. 2007; “A Princesa que Enganou a Morte” e outros contos indianos – Aquariana/DeLeitura – 2009;
“O Falcão Brilhante” o outros contos russos – Aquariana/DeLeitura – 2009; “A Filha do Rei Dragão” e outros contos chineses – Aquariana/DeLeitura – 2009; “Espelhos Partidos – um conto sem fadas”  Aquariana/DeLeitura – 2009/10

ÁLBUNS E REVISTAS - texto, coordenação, co-criação de projeto.

Alegria e Cia., Corujoca (Abril); Variguinho (Ícaro); “Brincando com Jogos”, “As Olimpíadas”- (Globo), “Aposte Comigo”, ns. 1 a 6, (Abril); “Testes Astrológicos – O Jogo do Amor”– Especial Horóscopo Carícia (Azul), “Sexo, Vida e Amor” Edição Especial Horóscopo Carícia (Azul), “Chaves e Chapolim”, ns. 1 a 5 – (Globo); “O Barril do Chaves”- (Globo); “ A Turma do Variguinho”, (Ícaro); livros ilustrados “Filhotes Fofinhos 1 e 2; “Mara Maravilha”, (Cromy); Escolinha do Professor Raimundo”, (Autodidata Ed.), Revistas Brasilprev “Clube Júnior”, “ Olhar Futuro”, dentre outros.
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VI

Arte

Gutenberg



Esta ilustração foi encomendada em 2005, para ser a capa da revista Abigraf em comemoração aos 30 anos de edição. Trabalhei com acrílico sobre cartão duplex gessado. A idéia foi fundir a imagem de Gutenberg com elementos de gráfica, daí, a colocação da prensa saindo da boca com a letra A de Abigraf.

Gilberto Marchi

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VII


Parque da Aclimação


A área do parque foi adquirida da família Botelho pela prefeitura de São Paulo em 1939. 

O Parque da Aclimação já teve até zoológico, o primeiro da cidade aliás, jardim com alamedas e lago para lazer dos paulistanos. Além também de uma leiteria com posto zootécnico e botânico. O zoológico do Parque já foi uma grande sensação da cidade de São Paulo. Tinha peixe elétrico da Amazônia, hienas africanas e camelos, nos quais era possível montar. Graças à uma parceria com o grupo da cervejaria Antarctica, que fornecia o gelo, o Parque teve até um urso polar com habitat climatizado. A concha acústica que é utilizada para shows, foi construída em 1956.
Atualmente, o parque recebe entre 5 a 7 mil visitantes, sendo que, na sua maioria são moradores do bairro.
A beleza natural ainda persiste, porém, o parque exige mais cuidados. A grama está  cheia de restos de entulhos e o mato cresceu. Vamos preservar!! O  Parque da Aclimação é espaço importante para o lazer e prática de esportes do paulistano.


Carlos Botelho- Fundador do Parque





















VIII
 
Quadrinhos

Pecezinho

(o pequeno corrupto - arte de Marchi e argumentos de Regina Sormani)






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IX




Vitrine Virtual







Cantores:


Alexandra Liambos, soprano – Gilda (Rigoletto), Musetta – ária (La Bohème)
Andressa Chinzarian, soprano – Violetta (La Traviata), Alice (Falstaff)
Daniel Marchi, barítono – Rigoletto (Rigoletto), Falstaff (Falstaff), Dulcamara (L’Elisir d’Amore)
Daniel Umbelino, tenor – Nemorino (L’Elisir d’Amore)
Fabio Siniscarchio, tenor – Rodolfo (La Bohème), Alfredo (La Traviata)
Johnny França, barítono –Belcore (L’Elisir d’Amore), Marcelo (La Bohème)
Josy Santos, mezzo-soprano – Conte Orsini (Lucrezia Borgia), Maddalena (Rigoletto), Tisbe (La Cenerentola)
Joyce de Souza, mezzo-soprano – Cenerentola (La Cenerentola), Meg (Falstaff)
Larissa Lima, soprano – Mimi (La Bohème), Giannetta (L’Elisir d’Amore)
Pedro Vaccari, tenor – Alfredo (La Traviata), Fenton (Falstaff)
Ricardo Regis Schreurs, tenor – Duque de Mantua (Rigoletto), Alfredo (La Traviata)
Roseane Soares, soprano – Musetta (La Bohème), Nannetta (Falstaff), Adina (L’Elisir d’Amore)
Thais Schloenbach, soprano – Clorinda (La Cenerentola)




Dias: 18 (sexta-feira, às 16h), 19 (sábado, às 18h) e 20/11 (domingo, às 16h)
Ingressos: 18 e 20/11 - R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia)
19/11 – Entrada Franca
Local: Pinacoteca do Estado - Praça da Luz, 2, São Paulo, SP
Informações: (11) 3324-1000
Duração da montagem: 70 min
Fonte: Assessoria de imprensa - Pinacoteca do Estado

Data: 07/11/2011